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Redes

O Museu da Pessoa é, também, o articulador de uma rede nacional e uma rede internacional de histórias. A proposta dessas redes é expandir a valorização das histórias de vida e o registro da memória para além de fronteiras nacionais e ampliar o número de atores sociais envolvidos nessa ideia.

A criação da rede internacional iniciou-se em 1999, quando o Museu da Pessoa participou da conferência ‘Museums and Web’, em Nova Orleans, Estados Unidos. Como resultado do encontro, estabelecu-se uma parceria com o professor Jorge Gustavo Rocha, do Departamento de Informática da Universidade do Minho, para a criação do Núcleo do Museu da Pessoa em Portugal, que iniciou os registros de repoimentos em 2001. Outra iniciativa de mobilização de em todo o mundo é o Dia Internacional de Histórias de Vida, comemorado em 16 de maio em conjunto com os três núcleos do Museu da Pessoa e também com o Center For Digital Storytelling.

No cenário brasileiro, em 2003, o Museu da Pessoa se uniu a instituições como SESC-SP, UNESCO, Ministério da Cultura e Petrobras para a formação de uma rede nacional voltada para a valorização da memória como ferramenta de desenvolvimento social e cultural. A iniciativa pretendia mobilizar e fortalecer projetos voltados para o registro da memória em todo o país.

A intenção era ampliar o debate, o registro e a valorização da memória como patrimônio imaterial, inserindo-a na agenda de instituições, potencializando seu uso como fator de inclusão e transformação social, diversificando as vozes na construção da narrativa histórica brasileira e articulando e potencializando acervos dispersos no país.

|  UM MILHÃO DE HISTÓRIAS DE VIDA DE JOVENS 

O movimento "Um milhão de histórias de vida de jovens" nasceu de uma parceria com uma organização da sociedade civil, Aracati, focada em mobilização juvenil. Com a metodologia desenvolvida por Joe Lambert e pelo Center of Digital Storytelling, e com o apoio da Fundação Kellog, convidamos organizações de juventude para uma formação. A ideia era estimular os próprios jovens dessas organizações a se tornarem facilitadores de círculos de história e a criarem suas histórias para serem compartilhadas em uma plataforma digital.

O objetivo do projeto não parava aí: após a produção de histórias, os jovens organizavam planos de ação para intervirem em suas diferentes realidades. Um grande Festival de Jovens, organizado de forma colaborativa, reuniu várias dessas organizações para celebrar suas histórias, e o próprio movimento organizou os depoimentos de forma a intervir no plano nacional de juventude que estava em pauta naquele momento.

Mais uma vez, ainda que já bastante desenvolvido, os desafios de inclusão digital eram muito grandes. Os jovens, muitas vezes, faziam suas histórias em rádio, em versos, em cordel e, ao invés de transformá-las em parte de uma plataforma digital, faziam um varal de histórias ou um festival de teatro. A articulação política das histórias era um eixo fundamental e algumas organizações chegaram a ter parcerias com as TVs locais.

| BRASIL MEMÓRIA EM REDE 

O projeto, realizado de 2003 a 2006, envolveu diretamente cerca de 100 organizações em todo país para articularem suas ações em torno da memória. Com o objetivo de aliar a memória ao desenvolvimento comunitário, a rede era composta por organizações das mais diversas naturezas: universidades, fundações culturais, organizações da sociedade civil, comunidades de pescadores e movimentos sociais.

A ideia era utilizar a metodologia desenvolvida pelo Museu da Pessoa para registrar histórias de cada uma das comunidades e, desta maneira, fortalecer a ação local de cada organização envolvida. Os registros de memória deveriam ser inseridos no portal do Museu da Pessoa e as ações da rede compartilhadas em uma plataforma baseada em um Google maps e em fóruns anuais. O projeto contou com patrocínio do Ministério da Cultura e Petrobrás, chancela da Unesco e apoio da Fundação Avina.

 

| DIA INTERNACIONAL DE HISTÓRIAS DE VIDA 

 Com início em 1999 em Portugal, nos EUA em 2001 e em Montreal em 2003, os "Museus da Pessoas" nasceram de forma espontânea e, a partir de um contato e de uma capacitação de equipe, tornaram-se autônomos. As iniciativas eram ligadas a instituições locais como a Universidade do Minho, a Universidade de Indianna e o Centro de História de Montreal. Mas foi em 2007, durante um encontro em Montreal, que discutimos a ideia de constituir um Dia Internacional de Histórias de Vida que a rede se consolidou.

Nesta nova fase, o esforço passou a ser o de constituir não mais apenas uma rede de histórias, mas também uma rede de organizações. Parte deste processo implicou em sistematizar, de forma muito simples, a metodologia que usávamos, pois descobrimos que grande parte dessas organizações “praticavam” o registro de histórias, mas que possuíam poucas ferramentas para processá-las e transformá-las em um acervo público e acessível.