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[migalha-de-pão]
Monte sua Coleção Conte sua História

1997-2004

Quando construímos nosso primeiro site na Internet, em 1996, reproduzimos a lógica do fluxo de informação característico dos jornais, livros e TV.
Nos comportamos como emissores de conteúdo tradicionais, pois nosso esforço inicial foi o de colocar as entrevistas realizadas em nosso primeiro site. O site tinha uma página com uma história que trocávamos a cada semana, mas a participação do usuário estava restrita a enviar algum comentário.

No entanto, ainda em 1997, percebemos que a Internet significava uma mudança de paradigma, pois abria ao internauta a possibilidade de registrar sua própria história. Iniciamos então a primeira versão da seção “Conte sua História”, que incentivava os leitores a participar e criar novos conteúdos para o site. Para popularizar a iniciativa, fazíamos uso das grandes datas comemorativas- dia das mães, dia dos pais, aniversários, dia do negro etc. As histórias eram enviadas por email e colocadas, em programação HTML, no ar. 

Apesar do país não possuir uma tradição em cultura escrita e, naquele momento, menos de 20% da população ter acesso à internet, vinham histórias. Bem escritas e delicadas. Como se o Museu fosse um álbum delicado de homenagens –muitas vezes eram histórias de amor, de avós e avôs ou de nascimento de filhos após uma grande fase  de superação pessoal.

Queríamos, naquele momento, contribuir fortemente com o que denominamos a “democratização” da construção de nossa memória social. Percebíamos claramente nossos limites se nos mantivéssemos como produtores quase que exclusivos de nossos conteúdos. O que mais poderíamos fazer para disseminar a ideia? Como nossa metodologia poderia ser utilizada para que grupos sociais diversificados pudessem, eles próprios, registrar suas histórias? 

Foi em meio a essas questões que começamos a trabalhar para formar novos produtores de memória. O primeiro programa chamava-se Agentes da História e era voltado para ensinar idosos a entrevistar outros idosos. Mas nosso maior objetivo era a escola, mais precisamente a escola pública.

Criamos então o programa Memória Local, que hoje, com mais de 10 anos, tornou-se um programa consistente de atuação em escolas públicas de todo país. O programa, construído em parceria com uma outra organização voltada para a formação de professores de escolas de baixa renda, foi montado para responder um triplo desafio: inclusão digital, leitura e escrita e memória.

| Saiba mais sobre os projetos de Memória Local aqui.